Breve história de Piratuba
BREVE HISTÓRIA DE PIRATUBA
Início da colonização
A história de Piratuba começa no início do século XX, quando o governo brasileiro resolveu construir uma ferrovia que ligasse o sul do país até o centro, visando resolver o problema da colonização no sul, cuja área estava abandonada e sendo cobiçada pela Argentina.
Atraídos pela propaganda feita em torno desta região, em virtude da construção de uma estrada de ferro, levas de colonos começaram a vir para Santa Catarina, principalmente pelo fato de que no Rio Grande do Sul as possibilidades de expansão agrícola estavam esgotadas.
A empresa norte-americana Brazil Railway Company foi responsável pela obra da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, fato que impulsionou o desenvolvimento da região. O trecho desta ferrovia, que passa em território catarinense ao longo do leito do Rio do Peixe, foi construído entre 1907 e 1910.
A partir de 1913, muitas famílias de origem germânica, vindas da região do Rio dos Sinos e do Rio Caí – a chamada Colônia Velha Gaúcha- chegaram à Estação Rio do Peixe, dando início ao desenvolvimento da Vila, que pertencia ao Município de Campos Novos.
A emancipação política
A vila foi elevada à categoria de distrito em 1923 e a Município em 1948, instalando-se com o nome de Piratuba no dia 18 de fevereiro de 1949. O nome escolhido era uma referência à língua Tupi-Guarani e significa ABUNDÂNCIA DE PEIXES.
Fatos marcantes
Piratuba viveu momentos sociais e culturais marcantes, como a estrada de ferro e os trens diários, a chegada dos “caboclos” estabelecendo-se em Zonalta, dos descendentes de alemães, que se estabeleceram em Linha Serraria, Lageado Mariano e na Vila Rio do Peixe, a exploração da madeira, o frigorífico da Industrial e Mercantil Ipira S/A, a Escola de Contabilidade, a banda e o coral do Prof. João Müller, o Grupo Velho, o Grupo Escolar Carlos Chagas, o Clube União, a balsa para travessia do Rio do Peixe, a ponte de madeira construída entre 1949/52 e reconstruída em concreto após a grande enchente ocorrida em 07 de julho de 1983, a neve que caiu no dia 20 de agosto de 1965. Mais recentemente, ficaram acrescidos como atrativos o Centro de Eventos, a Casa da Memória, a Casa da Cultura, a Casa Colonial, a ativação da Maria Fumaça, percorrendo 30 km entre Piratuba e Marcelino Ramos/RS.
Entre as décadas de 1930 e 1950 com a paralização das atividades do frigorífico e fim da extração da madeira, muitas famílias saíram em busca de novas oportunidades de trabalho, dirigindo-se para o oeste catarinense e para o norte do Paraná.
Novos tempos com a chegada da PETROBRAS
Passam-se os anos e novos tempos se iniciaram a partir de 1963, quando a Petrobrás iniciou as pesquisas em busca de petróleo na região. No ano seguinte, ao encerrar sua pesquisa, embora não encontrando o “ouro-negro”, deixaram para os piratubenses, o lençol de águas sulfurosas que se encontra na profundidade de 674 metros, aflorando com a temperatura de 38,6 graus. Após resolvidas as questões que envolviam a propriedade do terreno, em 30 de abril 1975 foi constituída como empresa de economia mista, que levou o nome de Companhia Hidromineral de Piratuba. Em 26 de junho de 1997 a empresa foi municipalizada.
Os anos seguintes trouxeram o desenvolvimento do Parque Termal, com a implantação da rede hoteleira levando ao surgimento do turismo como base principal da economia local.
Usina Hidrelétrica
No final da década de 90 a construção da Usina Hidrelétrica Machadinho, inaugurada em 2001, transformou a vida da população local, e mudou a paisagem e a configuração geográfica de Piratuba, assim como reestruturou a economia e a história do Município.
Situada no Meio Oeste Catarinense, à margem do Rio do Peixe, Piratuba é hoje uma cidade em constante crescimento, destaque no turismo, com suas águas termais, proporcionando lazer e bem-estar o ano inteiro.
Os meios de hospedagem
Com o crescente turismo em Piratuba, começaram a surgir hotéis. Inicialmente tímidos e, a partir dos anos 80, com a consolidação como destino turístico, reformaram e modernizaram seus estabelecimentos.
Hoje, Piratuba dispõe de 1.700 leitos, com 10 hotéis (Rouxinol/1968, Tirolesa/1974, Kirst/1975, Caxias Thermas/1986, Paraíso/1987, Schäfer/1992, Vila Germânica/1997, Thermas de Piratuba Park/1998, Vila das Thermas, ex-Klein Ville, ex-Solar/1999, Fazenda do Engenho Parque/1999); 2 apart hotel (Mirante das Águas/1999, Thermas de Piratuba Apart/2003) e 5 pousadas (São Cristóvão/1981, Pousada das Águas/1990, Recanto Pousada/1995, Tio Irineu e Tia Tere/1997, Romântica/2002. Em 2012 encerrou suas atividades, sendo desmanchado, o Hotel Caminho das Águas/1996. Além da hotelaria, fazem o diferencial piratubense, inúmeros condomínios, residências para aluguel aos turistas, com capacidade para abrigar 2.500 pessoas, além de camping e área para motor-home. Merece destaque também o comércio local, o artesanato e os grandes eventos (Reveillon, Abertura da Temporada, o Kerb e a Festa do Agricultor, entre outros).
Cláudio Victor Rogge
Autor dos livros “Piratuba Terra Boa, Vol. I” lançado em março/2008 e “Piratuba Terra Boa, Vol. II” lançado em dezembro/2009. No prelo, “Piratuba Terra Boa, Vol. III”